MENINO VENDE ÁGUA PARA SUSTENTAR A FAMÍLIA, ATÉ QUE NEYMAR O ENCONTRA E MUDA SUA VIDA PARA SEMPRE!

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O sol castigava o asfalto quente de Santos, tornando o calor quase insuportável. O vai e vem dos carros contrastava com a figura frágil de um menino que caminhava entre eles, equilibrando uma caixa térmica desgastada. Seus pés descalços corriam com agilidade entre os semáforos, desviando dos retrovisores e escapando dos olhares impacientes dos motoristas.

“Água gelada! Apenas R$ 2!”

A voz fina e persistente ecoava pelo trânsito, mas poucos paravam para comprar. João tinha apenas 11 anos, mas já conhecia a dureza da vida como poucos. Desde que seu pai adoecera e sua mãe perdera o emprego como faxineira, ele se tornara o único sustento da casa. Todos os dias, bem cedo, saía de casa com a pequena caixa térmica de isopor cheia de garrafinhas de água.

Ele escolheu um lugar estratégico: a frente da Vila Belmiro, o lendário estádio do Santos. Não porque esperava que algum torcedor comprasse água, mas porque sonhava. Sonhava com o impossível: um dia, ele também jogaria ali. Mas, por enquanto, ele apenas vendia água. O que João não imaginava era que aquele dia mudaria sua vida para sempre.

Dentro do estádio, Neymar acabava de finalizar seu treino. Havia voltado ao Brasil para algumas partidas comemorativas e aquela manhã havia sido intensa. Ele saiu do vestiário cercado por seguranças e seguiu para o estacionamento.

Mas, ao abrir a porta de seu carro, algo o fez parar. Do outro lado da rua, viu um menino segurando uma garrafa d’água. Havia algo naquele garoto: uma determinação, uma fome nos olhos, algo que ele reconhecia em si mesmo quando era criança.

Neymar já tinha visto muitos vendedores ambulantes. Alguns pediam esmola, outros apenas tentavam sobreviver. Mas aquele menino não pedia nada. Ele trabalhava. O craque ficou alguns segundos observando sem que João percebesse. O garoto tentava vender as garrafinhas, mas as pessoas o ignoravam. Alguns nem olhavam para ele; outros fingiam não ouvir. E então, Neymar tomou uma decisão.

Ele atravessou a rua.

João só percebeu que alguém se aproximava quando um par de tênis caros parou bem na sua frente. Ele levantou os olhos e viu um homem de boné e óculos escuros.

“Água, moço. Tá bem gelada.”

O homem sorriu.

“Tá vendendo desde cedo?”

João assentiu, desconfiado.

“Sim, senhor. Hoje tá difícil, mas ainda preciso vender mais cinco garrafinhas para levar comida para casa.”

Neymar tirou os óculos e abaixou-se para ficar na altura do garoto.

“Qual é o seu nome?”

“João.”

“Você gosta de futebol?”

Os olhos do menino brilharam.

“Eu amo, moço. Meu sonho é jogar aqui na Vila.” Mas sua voz falhou, e ele abaixou os olhos, envergonhado.

“Mas o quê?”

João hesitou. Nunca falava sobre isso com ninguém, mas, por alguma razão, sentiu que podia confiar naquele homem.

“Meu pai jogava bola quando era mais novo. Ele me ensinou um monte de coisa, mas agora ele tá doente, não pode mais trabalhar. Se eu quisesse jogar, teria que pagar escolinha. Mas a gente não tem dinheiro nem para comida direito.”

Neymar ficou em silêncio por alguns instantes. Então pegou a carteira e retirou uma nota.

“Me dá uma garrafa d’água.”

João pegou a garrafa e entregou para Neymar, que estendeu um dinheiro dobrado para ele. O menino pegou sem olhar e colocou no bolso. Mas, quando abriu a mão, percebeu algo que fez seu coração disparar.

Eram R$ 500.

João ficou imóvel, segurando a nota como se fosse um tesouro.

“Moço, isso aqui tá errado.”

“Tá certo sim,” Neymar respondeu, sorrindo. “Mas só se você me prometer uma coisa.”

“O quê?”

“Que você nunca desista do seu sonho.”

O menino olhou para a nota, depois para o rosto de Neymar, e começou a tremer. Foi então que reconheceu aquele sorriso. Seus olhos se arregalaram.

“Você… você é o Neymar?” Perguntou, a voz quase falhando.

O craque riu.

“Acho que sim.”

João sentiu as lágrimas virem sem que pudesse controlar. Durante anos, sonhou em ver Neymar de perto, mas nunca imaginou que aquele encontro aconteceria assim. Muito menos que Neymar mudaria sua vida em poucos segundos.

O jogador olhou para ele com um brilho especial nos olhos.

“João, quantos anos você tem?”

“11.”

Neymar pensou por um momento e depois sorriu ainda mais largo.

“Então faz o seguinte. Amanhã de manhã, quero te ver aqui de novo. Mas sem caixa térmica.”

“Por quê?”

Neymar piscou para o garoto.

“Porque você vai treinar comigo.”

João correu para casa segurando os R$ 500 com tanto cuidado que parecia carregar um pedaço de ouro. Ao chegar em casa, contou tudo à sua mãe, que inicialmente não acreditou. Mas João sabia que não era apenas um sonho. Aquilo era real.

No dia seguinte, ele foi ao estádio. Depois de um início cheio de dúvidas, Neymar garantiu sua entrada. O menino treinou ao lado do craque, surpreendendo a todos. E foi então que conheceu Ricardo, olheiro do Santos. Aquele treino não era apenas uma experiência. Era seu teste.

Dias depois, seu destino foi selado. Ele havia passado. Mas, antes de tudo, Neymar ainda lhe daria um presente: a cirurgia de seu pai foi paga.

Agora, João poderia jogar. E sua história no futebol estava apenas começando.