Zico, considerado o maior ídolo da história do Flamengo, recentemente compartilhou suas opiniões sobre Neymar e a atual fase da seleção brasileira em uma entrevista ao canal Goat.

Suas palavras não só reverberam entre os torcedores, mas também provocaram reflexões profundas sobre a identidade do futebol brasileiro e a conexão dos jogadores com seus clubes.

Zico começou sua análise lamentando a desconexão que existe hoje entre a seleção brasileira e o torcedor. Segundo ele, a magia que envolvia os jogos da seleção no passado, onde todos se uniam independentemente de seus clubes, se perdeu.

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O ex-jogador destacou que, na época dele, a rivalidade saudável entre torcedores se manifestava em cantos e provocações durante os jogos, mas isso foi substituído por uma indiferença generalizada.

“O torcedor do Flamengo, do Vasco, do Botafogo e do Fluminense não se sente mais representado pela seleção. A identidade com os clubes brasileiros desapareceu,” afirmou Zico.

Ele enfatizou que, enquanto os jogadores não estiverem atuando em clubes brasileiros, a reconexão será difícil. Para ele, a seleção deve voltar a contar com protagonistas que jogam no Brasil para recuperar a relação com a torcida.

Zico também criticou a escolha da CBF de realizar jogos da seleção fora do país. “Por que temos medo de jogar no Maracanã ou no Morumbi? Essas são as casas do futebol brasileiro!” questionou.

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O ídolo rubro-negro enfatizou que a pressão em estádios brasileiros é diferente, e essa cobrança é uma parte essencial da experiência de vestir a camisa da seleção.

Ele lembrou que a seleção deve honrar seu passado, jogando em seus estádios tradicionais e criando um ambiente propício para que os torcedores possam se conectar com os jogadores. Para Zico, jogar fora só serve para distanciar a seleção da realidade do torcedor brasileiro.

A discussão sobre Neymar foi inevitável. Zico reconheceu o talento excepcional de Neymar, considerando-o a grande figura do futebol brasileiro, e defendeu sua presença na seleção.

“Se ele estiver 100%, é indiscutível que deve ser titular e capitão,” afirmou. Contudo, Zico também expressou sua preocupação com a responsabilidade de liderar, ressaltando que o cargo de capitão deve ser considerado com cuidado.

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“O capitão deve ser alguém que inspira e que compreende o grupo,” disse Zico, sugerindo que Neymar deveria se concentrar em ser o grande jogador que é, sem o peso adicional da faixa de capitão.

Ele espera que Neymar retorne às competições em grande forma, para que possa liderar a seleção e ajudar o Brasil a ter um desempenho notável na próxima Copa do Mundo.

Zico não hesitou em criticar a qualidade atual da seleção brasileira. Segundo ele, a equipe está aquém do que o Brasil sempre representou no cenário do futebol mundial.

“A Copa América e as eliminatórias mostraram que estamos atrás da Argentina, Uruguai e até mesmo da Colômbia,” disse. Para Zico, a seleção precisa de jogadores que sejam protagonistas em suas equipes, algo que, atualmente, falta na formação.

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Ele atribuiu parte da responsabilidade à direção da CBF, que desde a saída do técnico Tite, tem se mostrado desorganizada. “A presidência da CBF e as decisões que foram tomadas desde a Copa do Mundo de 2022 afetaram muito a nossa equipe,” disse Zico, referindo-se à troca de técnicos e à falta de planejamento.

As declarações de Zico não apenas expressam a frustração de um torcedor apaixonado, mas também fazem um chamado à reflexão para a CBF e para todos os envolvidos no futebol brasileiro.

É hora de resgatar a identidade do futebol nacional, devolvendo a seleção aos seus torcedores e valorizando os jogadores que atuam no Brasil. Se não houver uma mudança nessa direção, a desconexão entre a seleção e os clubes pode se tornar irreversível.

Assim, fica a esperança de que Neymar e outros protagonistas do futebol brasileiro possam não apenas retornar em grande estilo, mas também ajudar a criar um novo ciclo de sucesso, resgatando a magia do futebol brasileiro que todos nós conhecemos e amamos.