Rivais decidem vaga na final do Campeonato Paulista na próxima segunda-feira (10)
08/03/2025 às 08:00 •
Rafael Oliva
Gestões de Palmeiras e São Paulo acumulam conflitos
Anderson Lira/Thenews2/Gazeta Press
Os bastidores do clássico entre Palmeiras e São Paulo, pela semifinal do Campeonato Paulista, esquentaram nos últimos dias. O “Choque-Rei” será disputado na próxima segunda-feira (10), às 21h35, e a data da partida foi o principal motivo de “discórdia” fora de campo.
A diretoria tricolor desejava que o jogo fosse realizado no final de semana, mas o duelo acabou marcado para o primeiro dia da próxima semana.
Mandante do confronto por ter campanha superior à do São Paulo, o Palmeiras sugeriu à Federação Paulista de Futebol (FPF) que o clássico fosse marcado para domingo (9) ou segunda-feira (10). No sábado (8), o Allianz Parque não estará à disposição em razão da realização do show da banda Offspring.
A FPF acatou a sugestão e marcou o “Choque-Rei” para segunda-feira. O jogo não poderia ser disputado no domingo (9), porque o Corinthians têm partidas válidas pela fase preliminar da Copa Libertadores durante a semana — na última quarta-feira (5) e na próxima (12).
Para não prejudicar o tempo de preparação para os jogos, o jogo entre Corinthians e Santos ficou agendado para domingo.
Palmeiras vê conduta do São Paulo sobre data da semi como infantil
A escolha do “Choque-Rei” para segunda-feira causou forte descontentamento no São Paulo, que viu a situação com “perplexidade”. O Tricolor avaliou que jogos importantes devem ser disputados nos finais de semana e, como forma de retaliação à decisão prévia da FPF, não enviou representante para o conselho técnico da entidade paulista.
O Palmeiras não se posicionou oficialmente sobre o caso, mas considerou a postura do rival como “infantil”. A avaliação da alta cúpula palmeirense é de que o São Paulo tentou, na verdade, tirar o clássico do Allianz Parque.
Gramado sintético também causa polêmica
O movimento dos jogadores do futebol brasileiro contra o gramado sintético foi liderado também por jogadores do São Paulo, como Lucas Moura, um dos primeiros a se posicionar sobre o tema.
O atacante, inclusive, foi poupado do clássico contra o Palmeiras na primeira fase em razão da grama artificial do Allianz Parque. Ele chegou a afirmar que prefere atuar em gramados naturais ruins do que nos artificiais.
O Palmeiras se manifestou publicamente e defendeu o gramado do seu estádio. Além disso, subiu o tom contra o movimento dos atletas.
“O clube respeita a opinião dos atletas que manifestaram preferência por campos de grama natural e considera urgente o debate sobre a qualidade dos gramados do futebol brasileiro; este problema, contudo, não será solucionado com críticas rasas e sem base científica”, disse o Verdão, em trecho do comunicado.
Lucas foi poupado de clássico no Allianz e entrou apenas nos minutos finais
Rubens Chiri/São Paulo FC
Palmeiras e São Paulo acumulam desentendimentos
Além das disputas em finais e mata-matas, a rivalidade entre Palmeiras e São Paulo se estendeu para fora dos gramados nos últimos anos.
Em 2025, Leila Pereira ironizou a realização da pré-temporada fora do Brasil, como fez o Tricolor. Na ocasião, Julio Casares rebateu a crítica.
Leila e Casares, presidentes de Palmeiras e São Paulo, respectivamente
Rubens Chiri/São Paulo FC
Em março do ano passado, Palmeiras e São Paulo empataram uma partida no Morumbis. Revoltado com a arbitragem, o diretor Carlos Belmonte protestou de forma veemente e cometeu ato xenofóbico contra o técnico Abel Ferreira. Por causa do episódio, Leila Pereira disse que ele era uma persona non grata nos ambientes alviverdes e quis banir o dirigente de frequentar o Allianz Parque.
Ainda em 2024, o Palmeiras acertou a contratação do lateral-esquerdo Caio Paulista, que teve ano anterior vitorioso no São Paulo. O caso contribuiu para o aumento do desgaste na relação. Atualmente, o jogador está emprestado ao Atlético.
Dois anos antes, o São Paulo protestou contra a tentativa do Palmeiras de alterar a data da final do Paulistão em razão de um show no Allianz Parque. Diferentemente da disputa de 2025, a FPF não mudou o dia do jogo. O estádio teve capacidade reduzida, e o Verdão acabou como campeão.