A Inclinação Antigravidade de Michael Jackson: Uma Anomalia Científica que Fascina

A famosa inclinação antigravidade de Michael Jackson, que fez a sua estreia no icónico videoclipe “Smooth Criminal” em 1988, continua a ser um tema de fascínio tanto para os fãs do Rei do Pop como para os cientistas.

Este movimento extraordinário, que parecia desafiar as leis da física, levou muitos a questionar como Jackson conseguia realizá-lo com tanta facilidade e graça. Um estudo recente publicado na *Journal of Neuroscience* procura esclarecer o que realmente acontece quando alguém tenta imitar esta impressionante inclinação.

Para entender o fenómeno, é importante saber que a maioria das pessoas consegue inclinar-se para a frente, mantendo as costas retas, a cerca de 20 graus. Ao tentar inclinar-se mais do que isso, a tensão acumulada pode resultar numa queda embaraçosa.

Em contraste, Michael Jackson foi observado a inclinar-se até impressionantes 45 graus durante as suas performances. A grande pergunta que surge é: como era possível que ele conseguisse inclinar-se o dobro da maioria das pessoas?

A resposta a este mistério reside em um detalhe técnico: os sapatos que Michael Jackson utilizava. Em 1983, o artista patenteou um tipo de sapato inovador que o ajudava a realizar esta façanha aparentemente impossível.

O design dos sapatos incluía um slot triangular na parte inferior que se alinhava com um triângulo no chão do palco. Durante as suas atuações, uma barra metálica emergia desse slot, permitindo que ele se segurasse e se inclinasse sem o risco de perder o equilíbrio e cair. Esta solução, embora engenhosa, revela a complexidade por trás do movimento.

Embora esses sapatos não sejam um segredo particularmente bem guardado e tenham existido desde os anos 80, a questão persiste: será que alguém pode simplesmente comprar sapatos similares online e conseguir realizar a inclinação antigravidade?

A resposta, como apontam os cientistas, é um enfático “provavelmente não.” O estudo destaca que vários fatores contribuem para a execução bem-sucedida deste movimento. Michael Jackson e a sua equipa eram dançarinos altamente treinados, com um profundo conhecimento da mecânica corporal e das dinâmicas do movimento.

Um dos segredos por trás da inclinação antigravidade é a compreensão do centro de gravidade. Quando estamos de pé, o nosso centro de gravidade localiza-se à frente da coluna vertebral, precisamente na segunda vértebra sacral.

À medida que nos inclinamos para a frente, utilizando os nossos quadris como fulcro, os músculos eretores da coluna sustentam a coluna vertebral, permitindo que o centro de gravidade se desloque.

No entanto, a técnica torna-se complexa quando tentamos manter as costas retas enquanto a curvatura ocorre nos tornozelos. Essa transferência de pressão para o tendão de Aquiles pode resultar em danos consideráveis se não for controlada.

Os sapatos especiais que Michael Jackson utilizava permitiam-lhe realizar a inclinação a 45 graus, mas mesmo assim, essa posição gerava uma pressão imensa sobre o tendão de Aquiles. Dançarinos treinados que não utilizam esses sapatos conseguem, em média, inclinar-se apenas a cerca de 30 graus, o que já é uma conquista considerável.

No entanto, com os sapatos, eles precisam de conseguir 15 graus a mais, tudo isso enquanto mantêm uma aparência elegante e evitam expressar dor extrema. Para a maioria das pessoas, o movimento seria uma tarefa quase impossível, e eu mesmo conseguiria apenas inclinar-me a cerca de 5 graus.

Além da complexidade física, a inclinação antigravidade de Michael Jackson também carrega um forte componente estético e emocional.

As performances de Jackson eram uma combinação de talento inato, rigoroso treino e inovação técnica. Cada movimento, incluindo a sua famosa inclinação, foi meticulosamente ensaiado e realizado com uma precisão que poucos conseguem igualar.

Assim, a inclinação antigravidade de Michael Jackson não é apenas uma exibição de talento excepcional, mas também uma verdadeira façanha sobre-humana, resultado de uma combinação única de engenharia, técnica de dança e pura arte.

O legado de Jackson, tanto nas suas músicas quanto nas suas coreografias, continua a inspirar artistas e dançarinos de todo o mundo, provando que a busca pela perfeição e pela inovação nunca é em vão.