Neymar nunca imaginou que sua vida mudaria completamente com a compra de uma casa abandonada. O que parecia ser um simples investimento se transformou em um mistério sombrio, algo que abalaria até mesmo o coração mais forte. Ele não sabia, mas ao cruzar a porta daquela casa esquecida pelo tempo, seu destino estava prestes a se entrelaçar com uma história que desafiava toda a lógica.

Ao explorar a propriedade, Neymar se deparou com paredes rachadas, um teto prestes a desabar e um jardim tomado pelo mato. No entanto, foi ao abrir uma das portas dos fundos que um arrepio percorreu sua espinha. Um som fraco, quase um sussurro, chamou sua atenção. Seus olhos se ajustaram à escuridão e então ele viu: encolhida em um canto, uma menina assustada o observava com olhos arregalados. Ao seu lado, um bebê dormia enrolado em um cobertor fino.

O coração de Neymar acelerou. Quem eram? Como chegaram ali? E, o mais importante, o que estavam escondendo? A menina não falava, apenas o observava, como se tentasse entender se poderia confiar nele. O bebê respirava de forma irregular, frágil demais. Neymar se abaixou lentamente, tentando não assustá-la ainda mais.

“Você está bem?” — perguntou. Mas a única resposta foi um olhar vazio. Algo estava muito errado. O silêncio, os olhares perdidos da criança, tudo parecia fora do lugar. Pegou o telefone para chamar ajuda, mas a menina se moveu rapidamente e segurou sua mão, com olhos suplicantes. Um arrepio percorreu seu corpo. Por que ela não queria ajuda? O que aquela criança sabia que ele não sabia?

Foi então que Neymar percebeu algo perturbador: havia marcas nos braços do bebê, como se alguém tivesse tentado escondê-lo do mundo. Uma angústia tomou conta dele. Precisava de respostas. Tentou acalmar a menina, garantindo que só queria ajudar, mas o medo estampado em seu rosto só aumentava.

De repente, um barulho no andar de cima fez seu sangue gelar. Passos lentos, pesados. Quem mais estava ali? Ele olhou ao redor, tentando encontrar uma explicação. O bebê começou a chorar e, naquele instante, a menina sussurrou pela primeira vez:

“Eles vão ouvir. Eles não podem nos encontrar.”

O coração de Neymar disparou. Quem eram “eles”? O que aquela menina sabia? Ele olhou para a escada que levava ao andar superior. As tábuas rangiam sob o peso de alguém que se movia ali, alguém que não queria ser visto. Ele precisava agir rápido. Mas como proteger duas crianças sem saber o que estava enfrentando?

Ele pegou o bebê nos braços, sentindo a fragilidade daquela pequena vida contra o seu peito. A menina ainda tremia, mas seus olhos imploravam para que ele fizesse algo. O instinto de Neymar gritava para sair dali o mais rápido possível, mas algo o prendeu no lugar. Uma sensação de que aquela história ainda não estava completa.

Foi então que ele viu, no canto da sala, quase escondida sob a poeira do tempo, uma caixa de madeira antiga. Algo o fez se aproximar. Seu coração batia forte, como se já soubesse que dentro daquela caixa estava a resposta para aquele mistério. Com as mãos trêmulas, levantou a tampa e o que encontrou foi mais assustador do que poderia imaginar.

Fotos. Centenas delas. Crianças diferentes, mas com algo em comum: os olhos. Todos tinham o mesmo olhar vazio, como se a dor e o sofrimento tivessem apagado qualquer vestígio de inocência. Entre as fotos, anotações, endereços, datas… e, no meio de tudo, um nome que fez Neymar sentir o sangue fugir de seu rosto.

A menina se aproximou lentamente. Seus olhos fixos nas fotos. Suas mãos pequenas tocaram uma das imagens e um sussurro escapou de seus lábios:

“Eles também estiveram aqui.”

Neymar sentiu um nó na garganta. Aquilo não era apenas uma casa abandonada. Era um lugar onde histórias tristes se repetiam. O que tinha acontecido ali? Quem eram as outras crianças? Ele sabia que não poderia mais sair dali sem respostas. Precisava entender o que estava acontecendo. Mas o tempo estava contra ele. Os passos no andar de cima ficaram mais rápidos. Alguém estava descendo. Alguém que não queria que ele soubesse a verdade.

Ele segurou a mão da menina e a puxou para perto. O bebê ainda dormia em seus braços. O medo pairava no ar. A porta rangeu. Uma sombra apareceu no topo da escada. Neymar sentiu o suor frio escorrer pela nuca. Não sabia quem era, mas tinha certeza de uma coisa: aquela pessoa não estava ali para ajudar.

Ele precisava sair dali. Mas como? A casa era antiga, cheia de passagens escondidas, janelas emperradas, portas que rangiam a cada movimento. Cada decisão errada poderia colocar todos em perigo. Ele olhou ao redor, procurando uma saída. A menina segurou sua mão com mais força. Seus olhos diziam tudo: ela sabia algo que ele não sabia. Mas antes que pudesse perguntar, a sombra começou a descer as escadas.

O coração de Neymar batia forte. O bebê se remexeu em seus braços. A menina não desviava o olhar daquela figura misteriosa que agora se movia lentamente em sua direção. Cada degrau rangia sob o peso da pessoa que descia. Cada estalo ecoava no silêncio sufocante da casa.

O instinto gritava para correr. Mas para onde? A única saída era a porta da frente, e ela estava a poucos metros daquela figura misteriosa. A menina sussurrou algo quase inaudível. Neymar se inclinou para ouvi-la melhor e o que ela disse fez seu estômago revirar:

“Se ele nos pegar, nunca mais vamos sair daqui.”

O tom de sua voz não era de medo comum. Era de alguém que já tinha visto o pior. Neymar percebeu que não estava apenas diante de um desconhecido. Estava diante de alguém que sabia exatamente o que estava fazendo ali.

A sombra deu mais um passo. A luz fraca que atravessava a janela revelou um par de botas sujas de lama e uma mão segurando algo. Neymar não conseguiu distinguir o que era, mas o formato longo e metálico deixou claro que não era nada bom.

O coração de Neymar batia forte. Ele sabia que não podia esperar para descobrir quem era. Precisava agir. Agora.