Com o prazo final para a votação do Grammy Awards se aproximando, o que parece ser uma estratégia cuidadosamente planejada por Beyoncé pode finalmente conquistar o tão aguardado prêmio de Álbum do Ano.
A performance da cantora no Halftime Show do Christmas Gameday da NFL não apenas encantou milhões de espectadores, mas também destacou o poder promocional da artista durante o período decisivo de votação.
Desde o lançamento de Cowboy Carter em março, Beyoncé trouxe uma nova perspectiva ao country, com uma abordagem que homenageia as raízes negras do gênero enquanto o moderniza.
O álbum, parte de sua trilogia iniciada com Renaissance, explora temas autobiográficos e colaborações inovadoras, mas enfrentou controvérsias ao ser ignorado pelo Country Music Awards.
A performance no Halftime Show surge como uma resposta direta a essa exclusão e um lembrete poderoso aos membros da Academia sobre a relevância de seu trabalho.
Na noite de Natal, enquanto Houston Texans e Baltimore Ravens faziam uma pausa no jogo, Beyoncé entregou um espetáculo de 13 minutos que consolidou Cowboy Carter como uma obra marcante.
Vestida com chapéu de cowboy branco e botas até os joelhos, a cantora fez sua entrada montada em um cavalo Lipizzan chamado “Chardonneigh”, levando o público a uma jornada pelo universo country do álbum.
Ela começou com “16 Carriages”, uma balada autobiográfica e uma das favoritas para ganhar o prêmio de Melhor Performance Solo de Country.
Em seguida, apresentou sua versão de “Blackbird”, dos Beatles, demonstrando seu domínio vocal e visão artística para o futuro do gênero.
Beyoncé também trouxe para o palco um grupo de jovens estrelas negras do country — Tanner Adell, Tiera Kennedy, Reyna Roberts e Brittney Spencer —, destacando a diversidade crescente no gênero e homenageando pioneiras como Linda Martell, que também foi celebrada em Cowboy Carter.
A colaboração com Shaboozey em “Sweet Honey Buckiin’” e a performance de “YA YA”, indicada ao Grammy na categoria Melhor Performance Americana, consolidaram sua mensagem de inclusão.
Outro momento de destaque foi a participação de Post Malone, que se juntou a Beyoncé em “Levii’s Jeans”, indicado ao Grammy de Melhor Performance Pop em Dupla/Grupo.
Uma versão emocionante de “Jolene”, com uma narração especial de Dolly Parton, conectou o passado e o presente do country, enquanto “Texas Hold ‘Em” fechou o show com a participação de sua filha Blue Ivy Carter.
Ao contrário de outros artistas que aproveitam o Halftime Show para trazer hits consagrados ou músicas natalinas, Beyoncé manteve o foco exclusivamente em Cowboy Carter.
Essa decisão estratégica reforçou o impacto do álbum no período de votação, especialmente ao alcançar uma audiência massiva.
O Halftime Show foi assistido por mais de 27 milhões de pessoas nos Estados Unidos, com a audiência atingindo seu pico durante a apresentação.
Além disso, o evento foi disponibilizado na íntegra na Netflix, permitindo que fãs do mundo inteiro revisitem o espetáculo a qualquer momento. Nas redes sociais, a hashtag #BeyoncéBowl dominou os tópicos mais comentados globalmente.
A busca por votos durante o período de votação do Grammy é uma prática comum na indústria musical.
Artistas organizam eventos privados para membros da Academia, fazem aparições na mídia e lançam campanhas publicitárias para aumentar sua visibilidade.
Com sua performance no Halftime Show, Beyoncé foi além, garantindo um momento memorável e altamente acessível para destacar Cowboy Carter.
Apesar de ser uma das artistas mais aclamadas de sua geração, Beyoncé tem um histórico controverso na categoria de Álbum do Ano. Perdeu para Beck em 2013, quando lançou seu álbum autointitulado, e para Adele em 2016, com o icônico Lemonade.
Em 2023, Renaissance foi superado por Harry’s House, de Harry Styles, gerando debates sobre inclusão e representação no Grammy.
Se Beyoncé vencer o Grammy de Álbum do Ano com Cowboy Carter, será um marco merecido em sua carreira de três décadas. No entanto, sua história mostra que o resultado está longe de ser previsível.
Além disso, a cantora deixou os fãs intrigados ao finalizar sua performance com um vídeo enigmático no Instagram, revelando a data “14.01.2025”.
Embora o significado exato ainda seja desconhecido, especula-se que um novo álbum ou turnê possa ser anunciado. Afinal, Beyoncé sempre sabe como surpreender o público.
Seja como for, a estrela continua a definir os padrões da indústria musical, provando mais uma vez que é uma força inigualável, tanto nos palcos quanto nos bastidores.
O Grammy de 2025 será decisivo não apenas para sua trajetória, mas também para consolidar sua visão única de renovação e preservação cultural.