O Funeral de Silvio Santos: Tradição e Emoção Marcam a Despedida do Ícone Brasileiro

A morte de Silvio Santos, um dos maiores ícones da televisão brasileira, abalou o país. Conhecido por sua personalidade carismática e carreira longa e bem-sucedida, Silvio deixou um legado inigualável na história da mídia brasileira. Em meio à comoção nacional, o funeral do apresentador foi realizado com base em tradições judaicas, destacando o respeito às suas raízes e crenças religiosas.

Silvio Santos, cujo verdadeiro nome era Senor Abravanel, sempre teve orgulho de suas origens judaicas. Nascido em uma família de judeus sefarditas, ele manteve uma forte conexão com as tradições e valores judaicos ao longo de sua vida. Assim, seu funeral seguiu os rituais judaicos, respeitando sua fé e legado cultural.

O funeral de Silvio Santos foi marcado pela simplicidade, um aspecto central nas cerimônias judaicas. Diferente dos velórios tradicionais, onde há presença de grandes multidões e cobertura midiática, o evento foi restrito a familiares e amigos próximos, em respeito ao desejo do próprio apresentador.

O Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo, foi o local escolhido para o sepultamento, refletindo a tradição de se enterrar os mortos em solo consagrado.

Imediatamente após o falecimento de Silvio, a Chevra Kadisha, um grupo religioso responsável pelos preparativos funerários, foi convocada. O corpo foi submetido ao ritual de purificação chamado Tahará, que envolve a lavagem do corpo com água purificada, simbolizando a pureza e a humildade na morte, assim como na vida. Silvio foi vestido com uma tachrichim, uma mortalha simples, sem adornos, que reflete a crença na igualdade de todos diante da morte.

O caixão de Silvio Santos era simples, feito de madeira sem pregos, seguindo as tradições judaicas. A ausência de adornos no caixão reforça a ideia de que todos os seres humanos são iguais em sua morada final, independentemente de suas conquistas em vida.

Patrícia Abravanel recebe triste notícia e Silvio Santos não tem motivos  para sorrir

Durante a cerimônia, um dos momentos mais emocionantes foi a Kriah, onde os familiares rasgam suas roupas como sinal de luto, simbolizando a dor profunda pela perda de um ente querido.

Outro momento de grande comoção foi quando as filhas de Silvio, ao lado de sua esposa Íris Abravanel, se aproximaram do caixão. Em uma demonstração de amor e respeito, elas colocaram pequenos objetos pessoais no caixão, um gesto que pegou todos de surpresa e trouxe lágrimas aos olhos dos presentes.

Estes objetos, cujos detalhes não foram amplamente divulgados, representavam a conexão íntima e as memórias que elas compartilhavam com o pai.

No judaísmo, há um forte simbolismo na ação de jogar terra sobre o caixão durante o enterro. Este gesto foi realizado pelos familiares de Silvio, que, envoltos em lágrimas, passaram uma pá de mão em mão, despejando terra sobre o caixão. Este ato final é visto como a última bondade que se pode fazer por quem partiu, simbolizando que os entes queridos permanecerão próximos, em memória e em espírito.

Após o sepultamento, a família de Silvio iniciou o período de Shiva, que dura sete dias. Durante este tempo, os espelhos de suas casas foram cobertos, uma prática que simboliza a ausência de vaidade e a introspecção profunda em um momento de luto. Os enlutados também se abstêm de atividades sociais e de trabalho, dedicando-se exclusivamente à lembrança do falecido e ao processo de cura emocional.

Visitas de parentes e amigos são encorajadas durante o Shiva, trazendo consolo e suporte aos enlutados. O ato de lavar as mãos após o enterro, sem secá-las, simboliza a continuidade da vida, mesmo diante da morte.

O funeral de Silvio Santos foi um evento marcado pela tradição, respeito e simplicidade. A cerimônia, que seguiu estritamente os rituais judaicos, refletiu a vida de um homem que, apesar de toda a fama e sucesso, manteve-se fiel às suas raízes.

A despedida de Silvio foi uma celebração de sua vida e de seus valores, deixando uma mensagem poderosa sobre a importância da humildade e da conexão com a fé. O Brasil se despede de Silvio Santos com o coração cheio de gratidão por tudo que ele representou, não só como um ícone da TV, mas como um ser humano que valorizava as coisas simples e essenciais da vida.