O dia estava só começando, mas a energia de Mavi já era contagiante. Com apenas dois anos, ela tem a incrível capacidade de transformar qualquer momento em uma grande aventura.
O sol ainda não havia saído totalmente, mas ela já estava animada, interagindo com todos ao seu redor e criando histórias a partir de tudo o que via.
Eu, como mãe, tentava acompanhar o ritmo, mas com ela sempre à frente, me fazendo rir e me emocionando com sua criatividade e ingenuidade.
Foi nesse clima que começamos nossa manhã. Mavi, com seu jeitinho único, se mostrava cheia de perguntas, como se o mundo fosse um grande livro em branco, pronto para ser explorado.
“Oi, oi!” ela dizia, ao se aproximar de quem estava por perto, com sua simpatia de sobra. Ela queria saber de tudo, perguntar sobre qualquer coisa e, claro, não perder a oportunidade de fazer sua própria interpretação do que acontecia ao seu redor.
A rotina parecia simples, mas a cada momento com Mavi, tudo se tornava mais divertido. “Você não tem como passar por aí, não, flor? Tem que passar para o outro lado”, eu dizia enquanto tentávamos ajustar nossos passos no meio da casa.
Mavi adorava a ideia de se envolver em tudo, até mesmo nos pequenos ajustes de como se mover pelo espaço. Cada movimento era uma verdadeira lição de como observar o mundo com atenção, sem pressa.
E claro, não podia faltar o toque de humor que ela trazia. Quando falávamos sobre o “Bet”, uma referência carinhosa que ela usava para se referir a um dos membros da família, ela não hesitava em fazer perguntas engraçadas: “O que é isso no seu pé?”
E, com uma curiosidade de dar inveja, ela imediatamente dava uma resposta própria, com seu jeitinho tão espontâneo, “plataforma nova”, como se tudo fosse uma novidade incrível. Às vezes, a pureza e a simplicidade de suas observações eram como um alívio para a alma.
Mas a diversão não parou por aí. Mavi tinha o dom de transformar tudo em uma brincadeira. Quando brincávamos de “olha o bicho”, ela se empolgava, correndo de um lado para o outro da casa, tentando adivinhar onde estava o “bicho”, algo que, para ela, podia ser qualquer coisa.
Ela conseguia fazer qualquer coisa parecer divertida, desde uma simples caminhada até uma conversa com a família, como quando perguntou sobre o destino de uma baleia, em tom de mistério, “onde que a baleia está nadando, você sabe?”
Em sua mente curiosa, o mundo parecia ser uma grande brincadeira de faz de conta.
O que mais me encantava em Mavi era sua forma de se expressar. Mesmo com tão poucos anos de vida, ela já se mostrava cheia de opinião. Ao se referir a uma flor, ela comentei com convicção: “Flor, você é muito cheirosa!”
E, com sua energia contagiante, ela transformava tudo ao seu redor em um campo de descobertas, como se o tempo fosse feito para explorar e brincar.
Outro momento especial foi quando começamos a falar sobre as origens da vida, um tema que Mavi abordou com uma sinceridade encantadora.
“A flor saiu da barriga da mamãe, igual a Maria Alice e o José”, ela dizia, sem entender completamente, mas tentando criar uma conexão entre as coisas e pessoas que amava. Ela misturava nomes e ideias, como se tudo fizesse sentido para ela naquele momento.
Ao longo do dia, nossa rotina foi marcada por risos e momentos de pura ingenuidade. Quando ela se deparou com o José, sua alegria foi tanta que ela até tentou abrir um presente para ele, com aquele entusiasmo típico de criança, cheia de expectativa e surpresa.
A vida era uma caixa de presentes, e ela se deliciava com as possibilidades.
A tarde foi chegando, e com ela novas brincadeiras. Mavi estava cada vez mais animada, correndo pela casa, se divertindo como só uma criança pode.
Ela tinha um jeito único de fazer as coisas, seja correndo, brincando de ser princesa ou até mesmo amarrando meu tênis como se fosse uma grande tarefa importante.
Cada gesto seu se transformava em uma miniaventura, e eu ficava ali, acompanhando, admirada com a forma como ela enxergava o mundo.
Em meio a risos e confusões, Mavi passou a interpretar as coisas com tanta convicção que até se tornou uma pequena professora, com direito a apontamentos e explicações para os “adultos” ao seu redor. “Cadê o Bet?”, ela perguntava com toda seriedade, como se o “Bet” fosse uma figura fundamental para o nosso dia.
Ela não se contentava com respostas simples, e logo as perguntas seguiam: “O que você está fazendo?” ou “Onde está a baleia?”. Sua curiosidade era ilimitada.
À medida que a noite se aproximava, nossa conversa se tornava mais leve, e as brincadeiras, mais tranquilas. As despedidas eram inevitáveis, e, ao mesmo tempo, Mavi demonstrava uma sabedoria incomum para sua idade.
“Logo vamos voltar para Goiânia”, eu dizia, e ela respondia com a sabedoria de quem já sabe que a vida está sempre em movimento. “Princesa vai embora, mas a alegria vai continuar”, parecia pensar.
Ela é uma criança com uma visão única sobre o mundo, e cada dia ao seu lado é um lembrete de que a vida deve ser vivida com mais curiosidade, leveza e, claro, muita diversão.
Quando olhei para Mavi ao final do dia, com seus olhos brilhando de felicidade, percebi que o maior presente de todos é ter a oportunidade de vivenciar o mundo pelo olhar de uma criança.
E assim, terminamos mais um dia, com mais histórias para contar, mais risos para compartilhar e mais amor para espalhar. Mavi, com sua energia, nos ensina diariamente que a vida é feita de momentos simples, mas cheios de magia e encanto.