Trump e Zelensky batem boca no Salão Oval: “Você está brincando com a Terceira Guerra Mundial”
O Salão Oval da Casa Branca foi palco de um confronto diplomático intenso entre o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O encontro, que deveria abordar questões estratégicas sobre o apoio dos EUA à Ucrânia, rapidamente se transformou em uma discussão acalorada, com acusações e trocas de farpas entre os dois líderes.
A reunião, que tinha como pauta principal a assinatura de um acordo de minerais e possíveis medidas para um cessar-fogo com a Rússia, rapidamente tomou um rumo inesperado. Zelensky, ao responder a críticas sobre a condução da guerra e o uso de recrutas na linha de frente, rebateu as insinuações feitas por aliados de Trump, incluindo o vice-presidente JD Vance. “Se você nunca pisou na Ucrânia, não pode falar sobre os problemas que enfrentamos”, disparou o presidente ucraniano.
Trump, por sua vez, considerou a declaração de Zelensky desrespeitosa e afirmou que o líder ucraniano deveria demonstrar mais gratidão pelo apoio que os EUA têm dado à Ucrânia. “Você está jogando com a Terceira Guerra Mundial”, alertou Trump, sugerindo que as ações da Ucrânia poderiam agravar ainda mais o conflito global.
A tensão cresceu quando Trump acusou Zelensky de se envolver na política interna americana ao fazer campanha contra seus aliados durante uma visita recente aos EUA. “Você foi para a Pensilvânia e fez campanha para a oposição. Nem uma vez, nesta reunião, você disse ‘obrigado'”, criticou Trump.
Zelensky, visivelmente irritado, rebateu afirmando que todo país em guerra enfrenta dificuldades e que os EUA não deveriam subestimar os desafios que a Ucrânia enfrenta. “Vocês têm um oceano para protegê-los. Hoje, não sentem isso, mas no futuro sentirão”, advertiu o líder ucraniano.
O clima no Salão Oval se deteriorou a ponto de a reunião ser encerrada abruptamente, sem a assinatura do acordo de minerais e sem a coletiva de imprensa conjunta que estava prevista. Zelensky deixou a Casa Branca antes do programado, deixando claro que a relação entre os dois líderes está longe de ser harmoniosa.
A repercussão internacional foi imediata. Líderes europeus, como o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o presidente francês Emmanuel Macron, expressaram solidariedade a Zelensky, reiterando a importância de manter o apoio à Ucrânia contra a agressão russa. Ao mesmo tempo, autoridades russas aproveitaram a oportunidade para enfatizar as divisões entre os aliados ocidentais, sugerindo que a falta de coesão poderia enfraquecer a posição da Ucrânia nas negociações futuras.
Este embate entre Trump e Zelensky ressalta as complexidades da diplomacia em tempos de guerra. Além de demonstrar as tensões entre a Ucrânia e seus aliados ocidentais, o episódio também reflete o dilema dos EUA sobre até que ponto devem se envolver no conflito. Com as eleições presidenciais americanas se aproximando, o apoio à Ucrânia continua sendo um dos temas mais polêmicos da política externa dos EUA.
Por ora, o futuro da cooperação entre Washington e Kiev permanece incerto, e a possibilidade de um cessar-fogo na guerra contra a Rússia parece mais distante do que nunca.